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Saúde confirma endemia de bactérias multirresistentes nos hospitais da rede pública
“Posso dizer que, hoje, todos os hospitais do DF têm pacientes com KPC”, garante o subsecretário de Atenção à Saúde, Tadeu Palmieri, em entrevista para explicar a endemia de superbactérias nas unidades hospitalares. Ao concluir a frase, ele complementa: “Posso garantir que todos os hospitais têm, pelo menos, um ou dois casos”. O que avalia como “normal”, pois a notificação de micro-organismos multirresistentes está em ascensão “no mundo”.
O subsecretário ainda fez referência aos dados entregues à imprensa que mostram o aumento no número de superbactérias no DF desde 2010. De acordo com os números da pasta, em 2014 foram somadas 300 bactérias em infecções de corrente sanguínea nas unidades de Terapia Intensiva (UTIs) adultas. Neste ano, são 84.
A pasta nega um surto. De acordo com a diretora de Infectologia do DF, Maria de Lourdes Lopes, trata-se de uma endemia. “Nós temos um convívio endêmico com essas bactérias”. Ela enfatiza: “Não vivemos essa situação particularmente no DF. Também não é predominante na rede pública. E você ter mais ou menos bactérias não significa que está provocando ou disseminando. Isso é variável de hospital para hospital”.
ANVISA
A Secretaria de Saúde esteve reunida durante horas com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ontem. No encontro, uma decisão foi tomada, anunciou a infectologista Maria de Lourdes: “Estamos montando uma força-tarefa, que vai ser anunciada como política a ser instalada no DF”.
Na próxima semana, será lançado o Plano de Enfrentamento à Resistência Bacteriana. O projeto terá como prioridade as chamadas áreas críticas dos hospitais. Ou seja, “UTIs, serviços de onco-hematologia, hemodiálise, transplantes renais e queimados, nos pronto-socorro e UPAs, nos pacientes que têm infecções generalizadas e de home care”, pontuou Maria. “Pacientes de home care fazem mais infecções, tomam mais antibióticos”, justifica.
Histórico
Os casos de contaminação por superbactérias ganharam repercussão após a Secretaria de Saúde confirmar que três pacientes “colonizados” pelos micro-oganismos morreram. A pasta informou que ainda não é possível relacionar as mortes à presença das bactérias.
Na última quarta-feira, a Saúde anunciou que 16 pacientes foram isolados no Hospital Regional de Santa Maria após exames detectarem a bactéria multirresistente Acinetobacter baumannii. O último boletim médico informa que seis pacientes continuam isolados em mais três unidades de saúde do DF.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília